16 de nov. de 2011

Soneto da Infidelidade

Em nada a esse amor serei aplicado
Nem agora, nem nunca. Um bocado
Desse encanto que cantam por todo lado
Ei de cantar apenas ao que acontecer num quarto.

Quero degustá-lo sempre ao quadrado
E em seu gastar demasiado
Rirei um riso já acovardado
Chorarei um pranto, falsificado.

E assim, quanto mais cedo, eu tardo.
Pois nem a morte o findará coitado
Nem a solidão, por ser trocado.

Possa eu sempre estar fatigado
Pois mortal, amando e sendo amado
Nunca perderei o status de desejado.

Um comentário:

  1. Nelson Rodrigues tem duas máximas sobre o assunto: "A fidelidade devia ser facultativa" e "Amar é ser fiel a quem nos trai" que reiteram o que você escreveu.
    Deixa a filosofia do Vinícius pra lá, hahaha!

    Sem mais, amigo!
    Beijos e saudades de você!

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