Nada devora mais que o horizonte.
Pensá-lo futuro, por-vir ou morte
É abstrair qualquer fim que ronde
Alheio à ideia de sorte.
No lugar incomum de pensador
Como se todo nu atravessasse,
Estreito a voz, semelhante dor,
No rio de mágoas nascendo-me à face
Mas com que amor matou-os todos?
Buscando-se diamantes em cada verso
Se na resposta pronta de tolos
Adoecia-se pálido anverso?
O mundo não muda nunca
De hora em hora piora
Já que em verso se aprofunda,
Desmedido, é posto fora.
De que vale, sozinho, um braço levantado?
Ejacular desejo ou entoar preces?
Como retirar, oculto, debandado,
Do peito, a vontade de ser, que cresce?
Não serei água, decerto.
Nem único homem, simplificado.
Nem apenas visões no deserto,
Ou o sacerdote, intermediário.
Partir meu caráter ao meio?
Antes, coloco-me fora, marginalizado.
Pois da mãe, já não tenho o seio,
Mas ao mundo olho, olho deslocado.
Que isso!!! Que foda! Queria ter escrito esses versos. De certa maneira estou aí nele. Foda demais! Abraço
ResponderExcluir