2 de nov. de 2011

Manifesto

Manifesto


A vontade de cuspir é muito grande
Gritar bem alto para que ouçam que doeu aqui
Mexer entre os pontos da ferida sangrenta que não cura
Rebolar mais uma vez num formigueiro imundo
Onde os buracos levam a baratas insanas
Covardes
Hipócritas
Gente que não sabe amar
Desmurar, destruir, comer gente!

Piedade, mais uma vez!
Senhor Cazuza piedade!
Senhorita Amy, diga não aí de baixo ou de cima!
Apertamos novamente Bezerra,
Mas desta vez acendamos essa chama
Pois
Um azul intenso não cobre mais o mar de hipocrisia.

Eu quero deslizar nos óculos de Pessoa,
Encontrar-me com o filho eterno
Pisar nessa calçada suja
Pedinte
Regurgitar e quebrar esse silêncio com o meu vômito
Poético

Eu não sou amiguinho
Ouçam todos!
Não há verdade mais!
Creiam!
Manifesto a injúria, calúnia, porra e boceta de cada leitor.
A vida não vale nada
Se não vier inscrita num código de barras.
Insano sonho
Piedade!
Dessas pedagogas mortas em vida
Desse lirismo, Bandeira, mais uma vez comedido,
Dessa bomba suja Gullar,
Transformada,
E destruidora.

Unamos nosso canto aos galos de Cabral
Às velhas à procura da dignidade, Clarice!
Aos brasões assinalados, Camões!
Aos pequenos, que morrem por ideias, Chatterton!
O meu som não vai cessar.
A Obscenidade está
Ao passo tímido do herói
Piedade Ignácio Loyola
Eu vou gritar
Chorar se for preciso
Cantando
E não seguindo a canção
Desta vez.

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