Eu não queria... mas,
Do perfume em nossa cama,
A lembrança, exalavas
De quem, já cedo, desama.
Eu não queria... porém,
Cupido estava em festa,
Da qual o amor advém,
E em peito-pedra encrespa.
Eu não queria... contudo,
Trago flores vermelhas na mala,
E num ritmo dissoluto,
Tento, lágrima, enxugá-la.
Eu não queria... todavia,
Uso desse meu rancor
Para, contínua e sempre fria,
Tornar a noite um sobrepor.
Eu não queria... no entanto,
Em dias, sem sua mão,
Nuvens negras, novamente, planto,
Enquanto luz e amor se vão.
Eu não queria... entretanto,
Gasto, contigo, palavras...
Enquanto em versos relanço
Lembranças que na cama exalas.
Algumas vezes não somos donos do nosso querer, mas o legal de traduzir em versos as situações que vivenciamos é que parece até uma tentativa de compreende-las melhor, né?!
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