Em cada barraco muita gente
Que só quer espaço pra morar no Rio.
Não sabem que lhes falta aquilo que se sente
Quando, vendo-os, perplexo, sorrio.
Em cada porta, portinha, onde se encontram brasileiros,
Que têm a desigualdade no mesmo quarto,
Pesquisam, escutam, ouvem tudo, até tiroteios,
E aumentam os problemas, os fardos.
Muitos nordestinos-cariocas,
Que trazem nas costas tudo,
Pra tristeza ou surpresa minha.
Estupendos fios, ruídos, fofocas,
Saúde em eterno luto,
E eis aqui a cidade da Rocinha.
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