10 de mar. de 2012

Sérgio Sampaio

A alegria sorri pra mim, sim.
Covarde e medrosa com seus dentes
Cariados.

Enquanto a saudade, num láláiê
feliz, campeia pelas milhas do meu destino,
infeliz.

Imperfeita vida de poeta...

Quase me sinto bem, contra-mão de gente comum.
Quando os olhos do amor vêm ver o que há,
Ficam três meses.

Quarto mês:
Criatura sem nexo.
Quantas cartomantes, luas e sonetos!

Mas que pude fazer?

Qual bar me escutou maior lamento?
Quantos idiomas, ó lágrimas,
usaram para me traduzir?

Quantos modernos sambas de angústia,
Instantes e sinais fechados...

Foi como o fogo incontrolável
Que se apagou.

Minha alegria,
não desafina!

Pois, justo, se o ar faltar,
Deus não se encantará...

Estranha pintura,
Que sai da moldura!

Sei como dói.

Mas ainda que podre,
A maçã do amor será sempre bela...

Nenhum comentário:

Postar um comentário