16 de mar. de 2012

À mamãe

Tristeza é só o derramar das águas de mar de nosso interior,
já que a vida não permite que o momento seja um ensaio.
Colo e ombro amigos nessa queda, em que não sou eu quem cai,
são portas abertas no peito, dor que sublima.

Nas horas em que o mistério maior da vida, o fim,
sopra em nossos ouvidos o vento fúnebre da noite,
vêm à mente inquieta, como forte açoite,
as travas e aldrabas negras que bloqueiam luz.

Dei pra chorar sem beber, dormir na nova realidade.
E dentre os sonhos que sonhei, para tudo ser maior,
de que valerão - trabalho, sucesso, verdade –
se há o medo da ausência? Minha mãe?

Nenhum comentário:

Postar um comentário