26 de mar. de 2012

A casa da bisa.

As janelas já estão cerradas,
E as flores reclamam os sorrisos de outrora.
Os frutos de árvores já minguadas,
E a lembrança de alguém que foi embora.

No quintal florescem ervas daninhas,
E as paredes iniciam a perda da cor.
Já não há cães, bois ou galinhas,
Como se tudo demonstrasse dor.

O portão, caído, sem força,
Folhas secas pela terra...
O céu de negras nuvens remoça
A lembrança da vida que erra.

Apenas a frase em sua derradeira casa
Reflete, em quem ama, carinho.
Saudade, enorme, que arrasa...
Ali era “o seu cantinho”...

Um comentário:

  1. Amigo, amei esse!
    É perfeita essa coisa da dor e do tempo que passa aparecerem de forma concreta através do espaço físico que ela habitava. Como se o cantinho também lamentasse a falta dela... Lindo, lindo!

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