22 de mar. de 2012

Recado em preto e branco

Sou vítrea:
e o veneno está nesse corpo negro e forte
que faz qualquer menina
desfazer da própria sorte.

Sou branca:
pó azul diluído na veia.
E mares em olhos sedentos sublimes
Maré do desejo que enfim pranteia.

Sou turva:
corpo escravo e obediente.
Imagem-reflexo de sua atitude,
latente, doando,
que já não se ilude.

Sou negra
do corpo branco: alarme!
dividida: história, arte.

E do seu claro amor,
que ausenta a necessidade de qualquer cor,
coloca-se o preto no branco
Invade-me.
Cessa-se o pranto.

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