20 de jun. de 2012

Da Getúlio à Federal: 541 - eu em movimento.


Os pombos dão rasantes inquietas na Praça da Estação
e o Renascença já não consegue fazer jus ao nome.
O tempo, incólume, insensato divide o momento e o pretérito
em que Halfeld “fundava” a história juiz-forana.

Em cada esquina um grande mercado trocando,
com os trabalhadores, os trocados.
Pedra, ferro e cimento cortando as árvores,
e delas, o ar de uma nova Juiz de Fora.

O Universo Gráfico de Glauco Rodrigues enfeita a casa,
também universal, de Murilo Mendes.
Enquanto a Itália tenta se fazer lembrada
com suas massas-banquete para ricos.

Nada escapa. O alarido tão famoso da modernidade
também distancia, não toca.
E mais grades protegem os grandes.
Homem-bicho em sua toca.

São Roque espremido entre os arranha-chãos
e tudo rodeado da necessidade de falar inglês.
Universo, que não abrange o essencial,
Santa Glória e seu rotineiro eco papal.

Morros! Morro de cansaço!
Passo, passo a passo eu passo.
E tudo se esvai, pela praça nova do prefeito,
pelo “agora posso ter o meu lar”,

por um “pelo sinal da cruz”,
perdido na mão do pedinte,
pelos pérfidos pueris,
no Privilège de poucos...

E ponho perdida a tinta
por fazer perfil da cidade,
ficando somente um ponto,
na visão de muitos planos.

Quando chega o ponto final,
e, obrigado, desço do ônibus,
perco a criatividade
e entro na sala do mestrado.




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